Segundo um dos integrantes, a redução proposta pelo grupo é de 50%, e o valor reduzido não deverá retornar ao poder executivo e sim para um fundo para maiores investimentos na saúde, que deverá ser criado. Na sessão do dia 8 de setembro uma das manifestantes prestou depoimento alegando não ter na rede pública municipal o medicamento para o seu filho.
Na última sessão, realizada nessa terça-feira (15), houve mais uma tentativa dos manifestantes, e a população só pode participar após um cadastro prévio daqueles que pretendiam entrar no plenário, além disso, uma empresa de segurança particular foi contratada e logo mais o Patrulhamento Tático da Polícia Militar compareceu à casa legislativa. Aos que estavam presentes o que se viu foi uma confusão entre alguns vereadores e membros da manifestação, alguns vídeos postados na internet demonstram a situação. Segundo informações, pelo menos sete pessoas foram levadas para a delegacia para prestarem esclarecimentos.
Em entrevista na manhã desta quarta-feira (16), ao programa “A Voz da Comunidade” da Rádio Comunitária de Garopaba, o presidente da Câmara, Luiz Bernardo, do PMDB, confessou que houve excesso tanto por parte dos manifestantes quanto por alguns legisladores, e que a presença deles no plenário era desnecessária, já que havia sido acordado que na sessão do dia 22 de setembro, a próxima, seria apresentado em plenário a resposta da solicitação de redução dos salários, feita por um representante do grupo.
O presidente da Câmara disse ainda, que existe a possibilidade de ser realizado um estudo para a redução dos salários da próxima legislatura, e que a atual já utiliza um valor abaixo do estabelecido pela legislação que estabelece um repasse a casa de até 7% das receitas da cidade e a câmara utiliza 4,5% o que corresponde a aproximadamente R$ 159 mil.
Sobre a falta de medicamentos, Luiz Bernardo mencionou que se reuniu com o prefeito de Garopaba, Paulo Sérgio de Araújo, do PSD e com a secretária municipal de saúde Micheline de Araújo Luiz. Segundo Bernardo eles se comprometeram em averiguar a situação repassada pelos manifestantes, e que irão intensificar o controle da distribuição de medicamentos na rede pública, já que segundo a secretária, pessoas de outros municípios podem estar sendo beneficiadas.
A pressão popular se faz necessária para a cobrança de melhorias para a população, e é notório o descaso com o povo e o despreparo em dialogar. Sabemos que dessa mobilização a cidade poderia ser exemplo. Com conversa e organização, as cenas da última sessão teriam sido evitadas.
O fato é que o cargo de vereador não deveria ser considerado como uma profissão. Como muitos tem outra atividade, além da legislatura, valores como R$ 6 mil é muito para participar de algumas sessões por mês. Mas como é cultural, esses recursos são fundamentais para que os parlamentares realizem o famoso assistencialismo, culpa do povo. É bom deixar claro que o vereador deve apenas fiscalizar e legislar.
Agora todo esse descontentamento, e insatisfação com a classe política só deve mudar se o eleitor entender que os políticos são eleitos para os representarem, e não devem trocar seu voto por favores.
Continue lendo >>